A economia brasileira está em franco crescimento, aliás está entre as dez que mais cresceram no último trimestre no mundo. Que pese ai a instabilidade causada pelas eleições norte americanas e o já conhecida má vontade do mercado financeiro brasileiro com a política economia do governo atual, no caso do último fator se dá tanto pelo pragmatismo que é uma das características desse mercado, tanto por questões ideológicas, por exemplo a já conhecida aversão a políticas econômicas voltadas para pessoas mais pobres, e a aproximação de uma parte desse chamado “Mercado” a extrema direita brasileira. Isso fica claro, quando vimos pesquisa feita em 2023, onde 90% do tal “mercado” avaliou negativamente a política econômica do governo Lula, enquanto que os outros 10% considerou somente regular.
Porém na contramão do mercado, os sinais reais tem sido outros e positivos, como controle da inflação e forte geração de empregos, refletindo no crescimento da economia brasileira em 2023, que foi de 2,9% e agora em 2024, onde o PIB já chega a 4%, surpreendendo os analistas.
PIB do Brasil cresce 0,9% no 3º trimestre e avança 4% em um ano
O crescimento do PIB do Brasil em 0,9% no terceiro trimestre de 2024, em comparação ao trimestre anterior, é um indicativo de uma recuperação contínua da economia. Este desempenho reflete uma expansão significativa de 4% no acumulado dos últimos 12 meses, mostrando resiliência em setores como serviços, comércio e agricultura.
Principais fatores:
– Setor de Serviços: continua como o motor principal da economia, impulsionado pelo consumo interno e pela recuperação da renda.
– Agronegócio: beneficiado por safras robustas e aumento das exportações, especialmente de commodities agrícolas.
– Indústria: apesar de uma recuperação lenta, mostrou avanços em segmentos como transformação e construção civil.
– Consumo e investimentos: o aumento na renda disponível e a recuperação do crédito, favorecida pela queda da taxa de juros, contribuíram para o crescimento.
– Responsabilidade fiscal: pagamento de precatórios, que são dívidas da União reconhecidas pela Justiça
– Desigualdade: aumento do salário mínimo acima da inflação e e pagamento do benefício mínimo do Bolsa Família de R$ 600
– Crédito: Ampliação da oferta e contratação de crédito
Fatores negativos para a economia brasileira
Hoje três problemas reconhecidamente tem afetado demais a economia do Brasil, a interferência política, principalmente no que muitos chama de polarização, a resistência do Banco Central em baixar as taxas de juros hoje em 11,25%, a terceira maior do mundo e a grande desvalorização da moeda brasileira ante a norte americana, o dólar alcançou a marca inédita de R$ 6 em 2024 devido a uma combinação de fatores internos e externos que afetaram a economia brasileira e a percepção de risco do país pelos investidores.
No ponto de vista do mercado financeiro, esse cenário evidencia a importância de decisões econômicas robustas como corte agressivo de gastos públicos para restaurar a confiança no mercado e controlar a volatilidade cambial, essenciais para estabilizar a moeda e atrair investimentos. Tais como:
– Fragilidade fiscal interna: o governo anunciou um pacote fiscal que incluiu cortes de gastos e medidas para limitar o crescimento do salário mínimo e restringir abonos salariais. Apesar de visar equilibrar as contas públicas, essas ações foram vistas como insuficientes por investidores. Além disso, a proposta de isenção do Imposto de Renda para contribuintes de até R$ 5 mil gerou preocupações sobre a capacidade de manter a arrecadação necessária para sustentar o orçamento.
– Aumento de prêmios de risco: o Brasil enfrentou maior volatilidade nos mercados financeiros, com alta nos prêmios de risco. Isso levou a uma desvalorização do real em comparação com outras moedas emergentes que apresentaram melhor desempenho no mesmo período.
– Cenário internacional: no contexto global, o dólar se fortaleceu devido à expectativa de juros mais altos nos Estados Unidos e à maior aversão ao risco no mercado internacional. Políticas comerciais mais agressivas e incertezas globais aumentaram a demanda por ativos denominados em dólar, considerados mais seguros.
– Impacto no mercado financeiro brasileiro: a Bolsa brasileira (Ibovespa) teve quedas significativas durante o período, refletindo a baixa confiança dos investidores. A combinação de menor liquidez e desconfiança nas políticas econômicas domésticas contribuiu para a pressão sobre o câmbio.
Panorama geral: entendendo a economia brasileira
A economia é um sistema dinâmico e sujeito a constantes mudanças. No caso da economia brasileira tem apresentado um cenário complexo e desafiador nos últimos anos, marcado por flutuações e incertezas. No entanto, alguns pontos podem ser destacados para uma análise mais aprofundada:
A economia brasileira em 2024 apresenta sinais mistos, com avanços em áreas-chave e desafios persistentes. Entre os principais aspectos, destacam-se:
– Cenário internacional: o cenário internacional influencia significativamente a economia brasileira. O FMI por exemplo, identifica alguns desafios que impedem um crescimento econômico mais acelerado, como o envelhecimento populacional e a baixa produtividade. Outros fatores como a guerra na Ucrânia, as incertezas geopolíticas e as oscilações nos preços das commodities são alguns dos fatores que podem impactar o desempenho da economia brasileira.
– Crescimento econômico: dados preliminares indicam um crescimento moderado. Setores como comércio e serviços superaram expectativas, impulsionados pelo aumento da renda disponível e pela retomada pós-pandemia. A economia brasileira tem mostrado sinais de recuperação, com taxas de crescimento positivas, embora ainda abaixo do potencial. Fatores como o consumo das famílias, os investimentos e as exportações têm influenciado esse desempenho.
– Desafios fiscais: o déficit fiscal segue como um ponto de preocupação. Medidas como a limitação da desoneração da folha de pagamento visam mitigar os desequilíbrios, mas enfrentam resistência no Congresso.
– Dívida pública: a dívida pública brasileira representa um desafio significativo para a sustentabilidade das contas públicas. A busca por um equilíbrio fiscal é fundamental para garantir a confiança dos investidores e promover o crescimento econômico.
– Inflação e juros: a inflação segue controlada, com projeções do mercado estimando o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 3,9% até o final do ano. A taxa Selic, que influencia os custos de crédito, está em processo de redução, podendo atingir 9%, aliviando parte do peso sobre empresas e consumidor. A inflação tem sido um desafio persistente, embora tenha apresentado uma tendência de desaceleração nos últimos meses. A política monetária adotada pelo Banco Central, com o aumento da taxa de juros, tem sido crucial para controlar a inflação.
– Investimentos e sustentabilidade: há um foco crescente em agendas verdes, impulsionadas por demandas internacionais e incentivos locais para projetos sustentáveis, o que pode atrair investimentos e criar novas oportunidades de negócios.
— Mercado de trabalho: os indicadores de emprego melhoraram significativamente. O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) apontou contratações acima do esperado, o que reflete um cenário de recuperação no mercado formal. No entanto, a informalidade e a baixa remuneração ainda são desafios a serem superados.
– Reformas econômicas: a aprovação da Reforma Tributária, que unifica impostos como ICMS, IPI e ISS em um único tributo (IBS), representa um marco para a simplificação do sistema fiscal. Apesar de beneficiar o ambiente de negócios, desafios operacionais e disputas setoriais podem gerar impacto no curto prazo.
Perspectivas para a economia brasileira: O que esperar para o futuro?
Apesar dos avanços sociais, da diminuição da desigualdade, e de reformas importantes como a tributária, questões estruturais como baixa produtividade e incertezas políticas, permanecem como desafios que exigem atenção. O governo busca equilibrar a responsabilidade fiscal com políticas de estímulo econômico, sendo esse um momento de ajustes cruciais para consolidar o crescimento sustentável.
Os resultados reforçam a projeção de crescimento anual para 2024. A continuidade do ciclo de corte nos juros podem sustentar o ambiente de recuperação. No entanto, é fundamental que o país continue a adotar medidas para promover o crescimento econômico, reduzir a desigualdade social, melhorar a educação e combater a corrupção.
A projeções para 2024 e 2025 são
– FMI: crescimento de 3% em 2024 e 2,2% em 2025
– Mercado financeiro: crescimento de 2,96% em 2024
– CNI: crescimento de 3,4% em 2024
Desafios e oportunidades da economia brasileira
A economia brasileira é baseada na produção agrícola, sendo o país um dos principais exportadores de soja, frango e suco de laranja do mundo. Como já foi dito em 2023, o desempenho da economia brasileira surpreendeu positivamente, com o produto interno bruto (PIB) a acumular uma alta de 2,9%. A inflação também desacelerou, registando 4,62%.
O Brasil possui um grande potencial de crescimento, com um mercado consumidor interno expressivo, abundância de recursos naturais e uma posição geográfica estratégica. O desenvolvimento de setores como agronegócio, energia renovável e indústria de transformação pode impulsionar a economia brasileira.
Como já foi dito, a economia brasileira enfrenta diversos desafios, como:
– Desigualdade social: a desigualdade social é um problema crônico no Brasil, que impacta negativamente o crescimento econômico e a qualidade de vida da população.
– Infraestrutura: a falta de investimentos em infraestrutura é um gargalo para o desenvolvimento econômico do país, aumentando os custos de produção e reduzindo a competitividade das empresas brasileiras.
– Educação: a qualidade da educação brasileira é um desafio a ser superado, pois a falta de mão de obra qualificada limita o potencial de crescimento da economia.
– Corrupção: a corrupção é um problema endêmico no Brasil, que gera desconfiança dos investidores e desvia recursos que poderiam ser utilizados para o desenvolvimento do país.
Maiores informações
Para uma análise mais detalhada, recomenda-se consultar os seguintes relatórios:
– Banco Central do Brasil: https://www.bcb.gov.br/
– Ministério da Economia: https://www.gov.br/economia
– IPEA: https://www.ipea.gov.br/cartadeconjuntura/index.php/category/sumario-executivo/
– IBGE: https://www.ibge.gov.br/indicadores
– FMI: https://www.imf.org/pt/Publications/WEO
– FGV: https://portalibre.fgv.br/boletim-macro