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Por que o dólar está em queda mesmo com a guerra e a inflação?

    Mesmo com a guerra na Ucrânia e no Brasil enfrentando uma crise econômica, o dólar continuou a cair fortemente em relação ao real, retornando ao seu câmbio de março de 2020. Mas por que é assim? Contudo, uma das razões pelas quais o dólar se desvalorizou em relação ao real é a grande quantidade de investimentos estrangeiros no Brasil devido à trajetória ascendente da Selic (a taxa básica de juros da economia brasileira). Recentemente, a taxa é de 11,75% ao ano.

    Sobre a pressão do câmbio

    As pressões cambiais, que têm efeito cascata sobre produtos como gasolina e alimentos, diminuíram devido a diferenciais de taxas de juros e preços mais altos de commodities em relação a outras economias. De acordo com uma análise de investimentos Economatica, o dólar está se desvalorizando em 10 países e se valorizando em 15 países.

    O dólar comercial, que encerrou na semana passada, foi vendido a 4,84 reais, queda de 0,071 (-1,84%). No entanto, foi a sexta queda consecutiva do dólar americano e seu nível mais baixo desde 13 de março de 2020, quando o dólar estava sendo vendido por 4,81 reais. Com o desempenho desta semana, o dólar caiu 6,04% em março e 13,12% neste ano.

    Espera-se que as commodities permaneçam elevadas por mais tempo devido às restrições ocidentais à Rússia. Portanto, o banco central do Brasil deve aumentar ainda mais as taxas de juros, e o real pode continuar se valorizando no curto prazo. No entanto, a campanha tem um prazo para terminar. Com as taxas de juros subindo nas eleições dos EUA e do Brasil em outubro, o dólar pode pressionar novamente o real e atingir novas máximas.

    As altas commodities

    A guerra entre os grandes produtores de commodities, Rússia e Ucrânia, levou a ganhos nos mercados mundiais de produtos como soja, minério de ferro e petróleo. Como o Brasil é um grande exportador desses bens, há uma grande entrada de dólares no país. O preço médio do barril de petróleo é de US$ 44 em 2020 e US$ 70 em 2021. O agravamento do conflito russo deu novo impulso aos preços dos insumos, que agora estão acima de US$ 100.

    Maior nível da Selic

    Contudo, a atual taxa Selic de 11,75% ao ano (a taxa básica da economia) está em seu nível mais alto desde abril de 2017 e deve subir mais 1 ponto na próxima reunião de maio. As altas taxas de juros mantiveram o interesse de investidores que buscam investir em mercados mais arriscados, como os países emergentes.

    Entretanto, outro fator a favor do Brasil é que os investidores norte-americanos estão abandonando seus investimentos diante de uma postura mais agressiva do Federal Reserve e do banco central norte-americano para combater a inflação norte-americana, que atingiu seu nível mais alto em 40 anos. No mercado de ações, prevê-se um crescimento mais lento da economia do país e das empresas em que investem.

    Veja também: Redução do PIS/Cofins e IPI podem impactar contas da União em cerca de R$24 bilhões

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