Inadimplência: 30,3% da população com contas atrasadas
O contexto econômico não favorece a vida prática da maioria dos brasileiros, parte desse problema é que a inflação, embora oscilante, ainda permanece em alta. O mês de outubro foi recorde para o percentual de brasileiros com dívidas em atraso.
O último mês registrou alta de 4,7 pontos percentuais no período de 12 meses. Em comparação com o mesmo período do ano passado, que à época registrou 25,6%, o cenário atual atingiu 30,3%.
A CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo) divulgou o resultado nesta segunda-feira (7). O resultado é recorde dentro da série histórica, iniciada em janeiro de 2010. As informações compõem a Peic (Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor).
De acordo com a análise do período de inadimplência com início em março de 2016, o resultado é a quarta alta consecutiva do percentual de famílias endividadas. Entre setembro e outubro deste ano, o aumento foi de 0,3 ponto percentual.
Divisão por proporção dos rendimentos
A divisão feita a partir de critérios de rendimento das famílias apontam um cenário já esperado, o crescimento é observado entre famílias que recebem até dez salários mínimos (R$ 12.120 hoje); dentro do período entre outubro de 2021 e setembro deste ano, o percentual foi de 28,6% para 33,1%. E em outubro, teve novo aumento: 33,6%.
A inadimplência entre os que ganham acima de dez salários mínimos apresentou menor variação nos dados de outubro; 13,7%. O mesmo período do ano passado havia registrado 11,6%. E setembro registrou 13,9%.
Franca inadimplência
10,6% dos brasileiros assumem que não poderão quitar suas dívidas no próximo mês. Os dados de setembro chegaram a 10,7%. Em outubro do ano passado, esse percentual havia chegado a 10,1%.
De acordo com a confederação, o percentual de brasileiros endividados é de 79,2%. Embora as dívidas ainda não estejam em atraso. O resultado apresenta aumento de 4,6 pontos percentuais. Dentro da análise anual, apesar do aumento, se trata do menor patamar desde junho do ano passado.
A partir da comparação feita com o mês precedente houve queda de 0,1 pontos. O resultado vem após três altas seguidas.
Em proporção de endividamento analisado por dados mensais é possível observar que a contração de dívidas teve recuo, apesar de ser mais acentuada na faixa de famílias com rendimento maior. Consumidores com renda acima de dez salários tiveram a variação percentual de 75,9% para 75,4%. Enquanto os consumidores com renda abaixo de dez salários apresentaram variação de 80,3% para 80,2%.
A partir da análise feita em base anual, o cenário supracitado se repete. Aumento de 5,8 pontos nesta faixa. Enquanto aqueles com teto de dez salários; variação positiva de 4,3 pontos.