Manifestações anti-democráticas bloqueiam rodovias e prejudicam economia
Apesar de os bloqueios terem diminuído em alguns estados, a consequência dos bloqueios ainda afeta severamente diversos setores, além da sociedade civil.
Alguns exemplos são as empresas aéreas, que estão administrando os efeitos de cancelamentos de voos e um grande volume de pedidos de indenização movidos pelos passageiros. Em outro ponto, as empresas de ônibus estimam a consequência dos bloqueios em suas atividades em um prejuízo de cerca de R$ 800 milhões até agora.
De acordo com o presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas, Eduardo Sanovicz, a primeira noite de bloqueio, em Guarulhos, foi responsável por impedir que cerca de 500 passageiros pudessem chegar ao aeroporto. Além de diversas tripulações.
Sul paralisado
O Paraná também foi afetado, mais precisamente a BR-277, principal via de acesso ao Porto de Paranaguá, teve sua desobstrução feita apenas nessa quinta-feira (3). Outra informação que fornece a dimensão do que ocorreu trata dos caminhões com grãos. O porto esperava mais de 2 mil caminhões. Apenas 54 chegaram.
Mais ao sul, em Santa Catarina, o abastecimento se tornou um problema. De acordo com a Secretaria da Fazenda, o prejuízo estimado já chega a R$ 36 milhões por dia no setor produtor de aves e suínos. Em Angelina, na Grande Florianópolis, os produtores tiveram que enterrar a carga de mandioquinha que tinha como destino São Paulo. Os bloqueios impediram as cargas de chegarem aos clientes.
Rodovias
Em Rondônia, mais precisamente na cidade de Ji-Paraná, os postos de combustíveis estão, quase em sua totalidade, fechados.
Em relação às empresas de ônibus, a rodoviária de Belo Horizonte, por exemplo, teve registro de 11 mil passageiros a menos, de segunda-feira até o feriado de Finados (2). Além dessa categoria, os taxistas também tiveram prejuízos.
O economista Mário Schettino, professor do Departamento de Ciências Econômicas da UFMG, traz uma perspectiva imprescindível para o debate a partir de entrevista ao JN. Ele afirma que “em um país que depende da malha rodoviária, interromper o fluxo de mercadorias e pessoas é apostar em prejuízo para toda sociedade.”