Inflação estoura teto e chega a 5,79% no acumulado
O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), indicador da inflação no país, acumulou alta de 5,79% nos 12 meses de 2022. As informações foram divulgadas pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta terça-feira (10).
Apesar do aumento no balanço final do ano passado, o índice apresentou recuo por causa da influência da queda nos preços dos combustíveis. Em 2021, o índice havia chegado a 10,06%.
É o segundo ano consecutivo em que o índice estoura a meta de inflação estipulada pelo BC (Banco Central). A percepção de economistas, captada por levantamento feito pela agência Bloomberg, indica que a expectativa era de uma variação entorno de 5,60% em 2022.
O resultado da inflação indica que Roberto Campos Neto, presidente do BC, deverá enviar uma carta ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, explicando os motivos do descumprimento da meta.
A expectativa é que os principais motivos presentes na justificativa do banco seja a guerra na Ucrânia, motivo da crise na cadeia de oferta de alimentos e energia. Além dos remanescentes impactos da pandemia.
Resultado de dezembro
O IBGE também divulgou o resultado do IPCA para o mês de dezembro. No mês, a inflação chegou a 0,62%. Em novembro, o resultado havia sido de alta de 0,41%. A Bloomberg havia consultado especialistas que esperavam variação de 0,44% em dezembro.
Dinâmica ao longo de 2022
No decorrer do ano passado, o acumulado do IPCA em 12 meses chegou a 12,13% até abril. Como foi amplamente divulgado, a queda nos índices posteriores refletiu a intervenção no preço dos combustíveis após medidas eleitoreiras do ex-presidente.
A deflação, à época, foi de julho a setembro. Os alimentos já apresentavam forte contração; ocasionada, principalmente, pela elevação de preços das commodities agrícolas e de insumos inerentes à produção de alimentos. O clima no ano passado também contribuiu para a piora da safra, impactando a oferta e os valores nos supermercados.