Inflação dos acima de 50 anos supera IPCA nos últimos 12 meses
A inflação para famílias sob liderança de pessoas com 50 anos ou mais de idade ultrapassou o índice verificado para os brasileiros em geral nos últimos 12 meses, a partir do índice que avalia a situação do custo de vida desse recorte demográfico.
O IPCA+50 ou “inflação dos longevos” foi criado pelo economista Arnaldo Lima, diretor do Instituto de Longevidade MAG, ex-secretário do Ministério da Fazenda e ex-diretor da Funpresp (fundo de pensão dos servidores federais).
A avaliação da ferramenta leva em consideração a mesma variação dos itens que compõem o índice comum, calculado pelo IBGE. No entanto, há uma ponderação feita sobre cada produto e serviço com base na cesta de consumo das famílias que estão sob tutela dessas pessoas. No acumulado em 12 meses até outubro, o indicador chegou a 7,2% superior ao IPCA de 6,5% comparando o mesmo período.
As características desse grupo indicam um consumo mais concentrado, relativamente, em segmentos da saúde, comunicação, artigos de residência e transportes. O gasto é, proporcionalmente, menor em áreas como educação, alimentação e despesas pessoais.
O índice esteve abaixo da média geral de janeiro de 2020, período que a série do IPCA passou a compor a divulgação com pesos da nova POF (Pesquisa de Orçamento Familiar), até abril deste ano. A considerar o mês de maio, o acumulado em 12 meses passou a ultrapassar o índice geral.
Outros métodos de análise desse grupo
Há outras instituições que fornecem ferramentas para analisar esse recorte demográfico. Um dos exemplos é o IPC-3i, da FGV (Fundação Getulio Vargas), usa como base índices de preços da própria instituição, além de levar em consideração famílias com ao menos metade dos componentes com idade igual ou superior a 60 anos. A Fipe também realiza cálculos para o município de São Paulo com foco nessa faixa etária populacional.