Conjuntura do mercado de trabalho: Circulação dos salários cresce R$ 24 bilhões em 1 ano
O volume de salários em circulação teve aumento de R$ 24,045 bilhões durante o período de um ano, chegando a R$ 266,731 bilhões. O percentual atingiu 9,9% no trimestre encerrado em setembro, em comparação ao mesmo mês de 2021.
De acordo com a Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a comparação feita durante o trimestre que junho encerra indica que o aumento na massa de renda efetiva teve alta de 4,8%. A diferença em relação ao mês de setembro é equivalente a R$ 12,194 bilhões a mais.
Salário dos empregados
A renda média dos trabalhadores ativos também apresentou alta. Na comparação com o trimestre encerrado em junho, o aumento efetivo foi de 3,7%. Com acréscimo médio de R$ 97, chegando a R$ 2.737.
Em outra comparação, analisando o período trimestral encerrado no mês de setembro de 2021, a variação positiva real foi de 2,5%. Equivalente ao acréscimo de R$ 67. De acordo com o instituto, o desempenho observado no mês de setembro não possui relação com a deflação registrada no índice dos últimos dois meses, que indicou ganhos reais.
A explicação dada à CNN pela coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy, é que o rendimento nominal já apresentava tendência crescente ao longo do ano; o ganho real, no entanto, estava no sentido oposto.
Ainda segundo Adriana, a dinâmica observada está relacionada à trajetória inflacionária. Isto fica claro quando se analisa dois períodos diferentes em termos de comparação. Entre os trimestres encerrados em setembro e junho, a alta chega a 3,2%, com acréscimo de R$ 85. Quando analisado o período encerrado em setembro de 2021, essa alta é de 11,3% no rendimento médio nominal. Com acréscimo de R$ 277.
Outros dois fatores são importantes para entender a conjuntura atual, um relativo aquecimento da atividade econômica e um mercado de trabalho mais dinâmico; vínculo empregatício capilarmente mais definido.
“Um aporte maior de carteira no setor privado e trabalhadores do setor público, que, de modo geral, têm rendimentos maiores, associado a uma retração da inflação” seriam responsáveis por contribuir no aumento do rendimento, explica Adriana.
Queda do desemprego indica retomada pós-pandemia
Os últimos dados sobre desemprego no país vêm apresentando queda, como noticiado no último levantamento, o trimestre encerrado em setembro apresentou queda de 8,7% – menor patamar desde junho de 2015 -, esse cenário, porém, ainda é reflexo de a retomada da atividade econômica após a crise sanitária impactar toda a cadeia produtiva. Um dos setores mais atingidos foi o segmento de serviços, que também se apresenta como principal responsável pela dinâmica observada atualmente.
A partir da série histórica iniciada em 2012, de acordo com a Pnad Contínua, o contingente de pessoas ocupadas cresceu 1% ao longo do trimestre e atingiu novo recorde. O volume de pessoas que trabalham, ao menos, uma hora completa durante a semana com remuneração, chega a 99,3 milhões de brasileiros. O tipo de remuneração é indiferente, podendo ser em dinheiro, benefícios ou produtos.
Informalidade cresce na sociedade
De acordo com a pesquisa, o nível de trabalhadores informais (sem vínculo trabalhista formal) se mantém sem oscilações e chega a 13,2 milhões de pessoas. Dentro da série histórica, iniciada em 2012, se trata do maior nível para esse aspecto do índice. Em contrapartida, a formalidade do mercado de trabalho teve alta de 1,3% na comparação com o trimestre anterior. Isso equivale a 36,3 milhões de brasileiros. No ano, esse acréscimo vai a 8,2%.